Você sabe qual a importância das mulheres na tecnologia? Elas foram pioneiras em suas invenções e suas descobertas as marcaram definitivamente na história. Apesar disso, muitas vezes o trabalho delas não era conhecido por grande parte da sociedade.
E, por incrível que pareça, em uma indústria que carrega essa carga masculina tão forte, foi difícil selecionar apenas três mulheres para compor essa lista. Confira agora alguns dos principais nomes do passado, mas com forte influência no presente:
“As garotas do ENIAC”
Antes de linguagens de programação e sistemas computadorizados para cálculos matemáticos, os primeiros computadores dependiam da influência humana e de aparatos mecânicos para funcionarem, e dependiam bastante dos nossos cérebros. Quando se falava em trajetórias de mísseis e bombas, então, a coisa se tornava ainda mais complicada. Foi aí que entraram as “garotas do ENIAC”, um grupo de seis mulheres que foram as primeiras “computors” da história da informática.
Trabalhando em um dos primeiros supercomputadores criados, na Escola de Engenharia Moore, no estado americano da Pennsylvania, Betty Snyder (a única que não aparece na foto acima), Marlyn Wescoff, Fran Bilas, Kay McNulty, Ruth Lichterman e Adele Goldstine eram responsáveis pela configuração do ENIAC, dando a ele as instruções para realizar os cálculos necessários. Isso significava que elas lidavam, diariamente, com mais de três mil interruptores e botões que ligavam um hardware de 80 toneladas, tudo manualmente.
Mais do que operar o maquinário, elas foram responsáveis por dar o pontapé inicial em muitos protocolos usados até hoje. Goldstine, por exemplo, criou o primeiro manual do ENIAC, com instruções de uso e melhores práticas, enquanto Goldstine e Jennings tiveram influência fundamental em sistemas de “salvamento” de configurações e preferências. Fora do supercomputador, ainda, Snyder criou o primeiro sistema informatizado para o censo americano, inventou o teclado numérico para facilitar na programação e, curiosamente, foi uma das percursoras dos computadores na cor “gelo”, totalmente comuns nos anos de 1990.
Jean Sammet
Erroneamente chamada de primeira mulher a obter um PhD em ciências da computação – ela obteve o diploma apenas em 1968, três anos depois da Irmã Keller –, Sammet foi a criadora de uma das primeiras linguagens computadorizadas existentes. O FORMAC, que entrou em uso no final dos anos 1960 pelas mãos da IBM, era utilizado para manipular fórmulas matemáticas e auxiliar em cálculos complexos.
Nada mais justo vindo das mãos de uma mulher que, antes de se tornar doutora em ciências da computação, trazia consigo duas formações distintas em matemática, uma pela Universidade de Illinois e outra pelo Mount Holyoke College. Por causa disso e de seus conhecimentos em informática, ela trabalhou durante 27 anos na IBM, que por muito tempo foi a empresa símbolo dessa indústria em todo o mundo.
Ela também teve influência importante na criação do COBOL e participou de diversas entidades voltadas à inclusão das mulheres na indústria da tecnologia. Sammet também presidiu a ACM (Associação para Maquinaria de Computação, na tradução do inglês), uma iniciativa voltada para o uso da informática em projetos científicos e educacionais, com mais de 70 mil membros.
Frances Allen
A primeira mulher a ganhar o prestigiado Turing Award, Allen trabalhou durante 45 anos na IBM, onde esteve no centro de muitos dos avanços da computação e, principalmente, na chegada dessas máquinas às casas das pessoas comuns.
É dela, por exemplo, algumas das principais bases de sistemas de otimização de código e paralelização, permitindo que softwares avançados rodassem de maneira melhor até mesmo nos computadores mais fracos.
Além disso, seu conhecimento em programação a levou a criar alguns dos primeiros sistemas de segurança da NSA, a agência de segurança nacional do governo dos EUA. Seus trabalhos no setor de inteligência, claro, nunca foram conhecidos completamente por questões de sigilo, mas garantiram a ela uma influência fundamental no estado da segurança da informação como a conhecemos hoje.
A presença das mulheres na tecnologia é de fato surpreendente, não é mesmo? A tendência do mercado de tecnologia é justamente ampliar o espaço para elas, para que sejam mais reconhecidas nos ambientes e de trabalho.
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